O crítico Pedro Henrique
Ferreira, colaborador da Revista Cinética, escreveu recentemente um texto intitulado
Entre o Mar e o Sertão que tece uma
interessantíssima ponte entre alguns personagens da nossa corrente filmografia
com a trajetória dos cineastas cinemanovistas, “que viram suas aspirações
revolucionárias dos anos 1960 sofrer uma espécie de domesticação de seus antigos anseios por uma mobilização social, em
prol de uma articulação efetiva com o governo (ditatorial, de direita) para a
criação de uma identidade nacional”. Eles, os cinemanovistas, e esses
personagens (Maria Lúcia em Faroeste
Caboclo, João em O Som ao Redor e
os irmãos Vilas Boas em Xingu) foram
forçados a “compactuar com a elite
que, não à toa, se associou ao governo ou seus representantes, a polícia; que
tem diante do conflito de classes uma absoluta falta de poder, uma incapacidade
de sequer atenuá-lo, apesar de ter um claro posicionamento ideológico em favor
de um dos lados – o do mais fraco”.
O texto é relativamente longo, o
que me levou a abandonar a ideia de republicá-lo por aqui. Fica o link no primeiro parágrafo. A curiosa relação
estabelecida entre essas partes aparentemente distintas é prova de que não
existem limites para a fruição de um filme. Boa leitura!
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