Sempre que os
blockbusters tomam de assalto as salas do circuito comercial do país, resta-nos
recorrer ao mercado de DVDs para nos consolarmos - sejam eles lançamentos ou
não. Se o paulistano que supostamente recebe o melhor da programação anda
reclamando, o que dirá o caipira do interior.
Essa lógica da
distribuição de filmes que privilegia os grandes lançamentos em detrimento das
pequenas produções acaba por descarregar no mercado de home video (DVDs e
BlueRays) uma penca de títulos que não tiveram a devida chance de serem
exibidos comercialmente. Além disso, essa política que carece de um critério
mais coerente ou mesmo mais ousado de seleção, permite que lamentáveis
injustiças sejam praticadas.
Como prova disso,
temos que alguns filmes menos fortunados aguardam até hoje uma edição nesse formato
- vide o que aconteceu com o Redacted
(2007), de Brian De Palma, que mesmo já contando com um nome em português, Guerra Sem Cortes, permanece ignorado
pelo nosso mercado.
Enfim, agora é a
hora e a vez dos DVDs/BlueRays, ou para os mais chegados, de explorar a
internet. Pra minha surpresa, encontrei nas locadoras o Tokyo! (2008), de Michel Gondry, Leos Carax e Bong Joon-Ho, que eu
já considerava um fortíssimo postulante a fazer parte da lista dos esnobados.
Por muito pouco não o comprei no ano passado. Trata-se do olhar criativo,
fantasioso e onírico com que esses três cineastas contemporâneos se propõem a
recriar a capital japonesa e sua conhecida limitação de espaço, menos como
limitação ao alcance dos seus respectivos intuitos, mais como ponto de partida
da empreitada.
Das propostas
recentes que procuram prestar homenagens a capitais mundialmente reconhecidas
como Paris, Je t' aime (2006) e New York, I love you (2009), Tokyo! se sobressai, tanto pelo número
reduzido de diretores, o que possibilita um melhor aproveitamento da proposta
em virtude da duração mais longa dos episódios (40 minutos/cada
aproximadamente), como pela menor
disparidade de estilos entre eles (o que não significa dizer que são iguais ou
que trilham os mesmos caminhos).
Leos Carax é o cineasta
que consegue ir mais longe nessa brincadeira. Como bem apontou Paulo Santos
Lima, Merde (o nome do episódio de
Carax) "discute ao mesmo tempo geopolítica, mídia, política norte-americana,
segregação, genocídio e jurisprudência grotesca". Tudo por meio do personagem
irreverente de Denis Lavant. Vale uma conferida.
Minhas próximas
investidas serão em O Abrigo (2011),
de Jeff Nichols e Contracorriente (2009),
de Javier Fuentes-Leon, que figurou na lista dos melhores de 2011 do Antônio Nahud Júnior, blogueiro de O Falcão Maltês.
Rodrigo, CONTRACORRIENTE foi uma surpresa pra mim. Um drama simples e sensível.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Nahud, surpresas são sempre bem vindas. Nas listas o que mais me interessa são as escolhas inusitadas e esse filme pode ser enquadrado nessa categoria. Depois de vê-lo, lhe digo se gostei ou não. Abraço.
ExcluirSalut, Rodrigo, c´est un crime de cacher ton blog comme ça... C´est précieux! Je vais te denoncer...Bisous, Lígia
ResponderExcluirLigia, merci beaucoup pour ta visite. Tu es toujours la bienvenue ici. Maintenant je ne suis plus caché, au moins pour toi. Dénonce-moi.
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