quarta-feira, setembro 15, 2010

A Força do Mal (Abraham Polonsky, 1948)






Faz umas três semanas que assisti ao filme A Força do Mal (1948), de Abraham Polonsky e não consigo me desvencilhar das imagens reproduzidas acima. Elas recriam, praticamente, seus últimos minutos.

É curioso notar que o filme se passa basicamente dentro de interiores, sobretudo de salas, escritórios e restaurantes, onde a interação entre os personagens é construída. A tensão permanente que permeia a projeção se ampara nas interpretações, no famoso diálogo poético escrito à perfeição e na iluminação baixa e bem contrastada (esplêndido preto e branco). No entanto, somente quando o filme parte para as tomadas em locação, que não são muitas além dessas, captadas com todo o rigor geométrico que as imagens ilustram, é que o discurso do filme assume a dimensão proposta. Nelas, os personagens estão sempre posicionados em perspectiva em relação aos arranha céus e highlights de Nova York: o indivíduo aparece sempre esmagado por essas paisagens, que se mostram belas na forma, porém corruptas na essência.


O casting não poderia ser mais perfeito: John Garfiel, pequeno, magro, voraz e corrupto e Thomas Gomez, grande, gordo, sensível e honesto. Dois improváveis irmãos. P... filme!!!


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