Faz umas três semanas que assisti ao filme A Força do Mal (1948), de Abraham Polonsky e não consigo me desvencilhar das imagens reproduzidas acima. Elas recriam, praticamente, seus últimos minutos.
É curioso notar que o filme se passa basicamente dentro de interiores, sobretudo de salas, escritórios e restaurantes, onde a interação entre os personagens é construída. A tensão permanente que permeia a projeção se ampara nas interpretações, no famoso diálogo poético escrito à perfeição e na iluminação baixa e bem contrastada (esplêndido preto e branco). No entanto, somente quando o filme parte para as tomadas em locação, que não são muitas além dessas, captadas com todo o rigor geométrico que as imagens ilustram, é que o discurso do filme assume a dimensão proposta. Nelas, os personagens estão sempre posicionados em perspectiva em relação aos arranha céus e highlights de Nova York: o indivíduo aparece sempre esmagado por essas paisagens, que se mostram belas na forma, porém corruptas na essência.
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