Folheando a coleção de críticas
de Antonio Moniz Vianna, organizada por Ruy Castro no livro intitulado Um filme por dia – Crítica de choque
(1946-73), encontrei uma pérola de comentário de Sidney Lumet no magnífico texto
do jornalista a respeito de The Pawnbroker
(O homem do prego, 1965).
... Um grande filme também na técnica narrativa, The Pawnbroker desperta a atenção crítica pela utilização do
chamado two frames cut. Desrespeitando
a ideia de que o olho humano não podia reter uma imagem com menos de três
fotogramas, Sidney Lumet usou dois e até um fotograma, dando a esses flashes de
memória uma claridade adequada e
imprescindível. E, vitorioso, observou: “Sempre me divertem os críticos de
vanguarda que costumam sentar-se e afirmar: Bem, esse two frames cut provém de L’année
dernière à Marienbad (O ano passado em Marienbad) e esse outro de... É uma
tolice. Só existe uma premissa geral: quase todas as coisas que qualquer um de
nós realizou pode ser encontrada num filme de John Ford”.
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