segunda-feira, setembro 12, 2011

Vincente Minnelli no CCBB

Não havia visto qualquer um dos títulos listados abaixo. Valeu a espera (inconsciente) para assistí-los em película 35mm. O catálogo elaborado para a Mostra, assinado por Luis Carlos Oliveira Jr. e Sérgio Alpendre, ficou impecável.

Deus Sabe Quanto Amei (Some Came Running, 1958) - Obra Prima!!!  Tudo funciona à perfeição: casting, interpretações, cores, luz, roteiro e direção. Está à altura dos melhores filmes de Minnelli, senão o melhor.


A Lenda dos Beijos Proibidos (Brigadoon, 1954) - um musical nas Highlands da Escócia (pena que foi filmado em estúdio); um conto de fadas. A parte urbana da estória (no final) é fundamental pra valorizar o bucolismo da cidade fantasia de Brigadoon. O mais fraco do conjunto.

Madame Bovary (1949) - o filme vale pela cena do baile.

A Cidade dos Desiludidos (Two Weeks in Another Town, 1962) - uma bela meditação a respeito dos rumos que a indústria cinematográfica tomava: a projeção (foto acima) de Assim Estava Escrito (1952) dentro do filme evidencia isso - uma Nova Ordem ditava as regras para a Velha Hollywood (representada por Kirk Douglas e Edward G. Robinson). A partir desse filme passei a entender a fascinação exercida por Cyd Charisse: quando em cena, não há nada capaz de prender a atenção do espectador a não ser ela.

Paixões sem Freios (The Cobweb, 1955) - uma lição de como administrar uma trama que gira em torno do nada - a troca de uma cortina (parece absurdo, mas é isso mesmo). Por mais cliché que seja esse comentário, não vejo melhor ocasião para empregá-lo: Minnelli literalmente pinta com a luz. Ainda estou para ver um filme com Gloria Grahame que não pegue fogo.

Gigi (1958) - É um crime a cópia do filme em DVD que anda circulando pelo Brasil. Uma demonstração perfeita de que é impossível apreciar no formato standard 1.37:1 um filme concebido no formato 2.35:1. A melhor experiência 3D que tive assistindo a um filme em formato 2D: as cores literalmente saltavam da tela!

Agora Seremos Felizes (Meet me in St. Louis, 1944) -  tristeza em um musical... quem mais seria capaz de fazer um musical melancólico a não ser Minnelli? Enquanto a Europa ardia em chamas, Hollywood se ocupava em vender o american way of life. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário