Infância (2014), Domingos de Oliveira (BRASIL)
O filme que Arnaldo Jabor tentou fazer com A Suprema Felicidade (2010), mas não conseguiu. O menino (alter ego
do diretor) é menos protagonista é mais testemunha da história. Incrível como
Domingos de Oliveira consegue recriar a atmosfera do Rio de Janeiro dos anos
1950 trabalhando apenas dentro do espaço confinado de uma mansão carioca - num
excelente trabalho de reconstituição de época. A qualidade do texto é
excepcional, além da laureada interpretação de Fernanda Montenegro, como viúva
matriarca da família, num papel feito sob encomenda. Ela está irresistível.
Ela Volta na Quinta (2014), André Novais Oliveira (BRASIL)
Mais um representante da safra mineira de filmes que procura
registrar um espaço e seus habitantes, numa tentativa de “documentar a vida”.
Pra quem desconhecia qualquer informação prévia a respeito do projeto, a
chegada dos créditos se incube logo em esclarecer que os principais personagens
da história são membros de uma verdadeira família constituída - na verdade,
trata-se da família do realizador. Confesso que essa informação melhorou a
minha impressão/estima sobre ele, mas não foi capaz de perdurar o seu impacto sobre
mim. Apesar do senão da frase anterior, o filme contém algumas boas cenas.
A
História da Eternidade (2014),
Camilo Cavalcante (BRASIL)
Confesso que eu estava ansioso para conferir o filme que vem
colhendo boas impressões por onde passa. Ainda que eu não o tenha desgostado
por completo, incomodou-me o calculismo das cenas envolvendo o personagem de
Irandhir Santos (Joo), cuja influência é crucial para os desdobramentos da
trama. Deixei a sala com um gosto forte de decepção. Mesmo compreendendo o uso alegórico
da narrativa, justificado pelo seu forte caráter transcendental, penso que o
filme se perde em sua suposta grandeza, sem alcançar o impacto que seu título
sugere.
O Pequeno Fugitivo (1953), Ray Ashley, Morris
Engel e Ruth Orkin (EUA)
Embora este filme não figurasse na programação oficial da
Mostra - ele estava em cartaz no Espaço Itaú da Augusta -, não seria nenhum
disparate se estivesse, tamanha a sua afinidade com a proposta do evento. Uma
oportunidade rara de assistir no cinema um dos filmes que influenciaram o
espírito libertário e espontâneo dos integrantes da Nouvelle Vague, o qual eu desconhecia completamente. Nas palavras
do próprio Truffaut, "A Nouvelle
Vague nunca teria existido se não fosse pelo jovem americano Morris Engel,
que nos mostrou o caminho com seu O
Pequeno Fugitivo".
Seja bem vindo novamente Nahud.
ResponderExcluirVoltarei ao seu espaço.
Abraço.
Rodrigo