sábado, junho 02, 2018

Hiato / Retorno



Esse é o primeiro hiato que acomete o blog, diretamente relacionado a escassez de filmes. Minhas sessões diminuíram sobremaneira em virtude dos meus 20 dias de descanso que já se foram. A fim de deixar minha vida pessoal e profissional em ordem, tive de sacrificar a minha principal fonte de lazer. Embora a fruição dos filmes ande em marcha lenta, a memória digital do meu HD externo anda trabalhando em ritmo acelerado. Um amigo me apresentou o www.filmescult.com.br, cujo arsenal de obras clássicas disponíveis não encontra concorrente à altura na internet. A curadoria é de primeira e a organização do espaço facilita todo o tipo de pesquisa. Não dá nem pra reclamar. Filmes que pra mim seriam impensáveis passaram a compor o meu horizonte de possibilidades.

Mesmo tendo visto os dois filmes que pretendo fazer menção hoje já há algum tempo, ambos ainda permanecem frescos na minha memória. O primeiro se trata de uma comédia recente que passou batido no Brasil e o segundo é um clássico policial setentista minimalista. Ando bastante negligente com o cinema nacional, mas pretendo fazer um apanhado das produções dos últimos dois anos, esperançoso de que alguma coisa me chame a atenção a ponto de dedicar alguma linhas nesse espaço abandonado.

Dormindo com outras pessoas (Leslye Headland, 2015) - quando o Filipe Furtado relacionou a produção na sua lista de melhores do final do ano retrasado, eu achei que fosse pegadinha. Como a diretora responsável por Quatro amigas e um casamento (2012), daria à volta por cima em tão pouco tempo? Verdade seja dita: é uma das melhores comédias românticas produzidas nos últimos tempos. Ela flerta o tempo todo com a vulgarização sexual, o que se tornou recorrente na indústria cinematográfica norte americana, mas exercita essa prática com uma sensibilidade que a distingue das demais. A cena do sexo oral na garrafa é o melhor exemplar dessa afirmação. O filme leva um tempinho pra engrenar, mas a espera recompensa os espectadores mais pacientes/exigentes. Jason Sudeikis ganhou o meu respeito com a sua atuação nesse filme.

Os amigos de Eddie Coyle (Peter Yates, 1973) - eu ainda me recordo quando o Sergio Alpendre divulgava suas listas de 10 melhores de diretores e uma das vezes calhou de ser Yates. Pena que ele abandonou essa prática. Elas eram divertimento garantido. Quando ele fez a lista de Yates, foi como uma homenagem ao diretor recém-falecido. Eu só conhecia dele o policial Bullitt (1967), que é uma das referências absolutas do gênero. Os amigos de Eddie Coyle não goza da mesma reputação, embora seja um senhor exemplar do cinema minimalista dos anos 70. Parece até que eu conheço Boston só de assisti-lo. Bullitt faz a mesma coisa por São Francisco. O seu valor não vem exatamente da trama, que desenvolve o clássico personagem que quer se desvencilhar do crime organizado. Duas questões o diferenciam da média: 1) o criminoso que quer se aposentar é nada menos que Robert Mitchum em interpretação contida; 2) os coadjuvantes, adversários e algozes, encontram-se no mesmo patamar de excelência de elaboração do protagonista, seja na roteirização dos seus papéis, seja nas interpretações dos seus atores.

2 comentários:

  1. Anotei esse site.
    Estou a procura de "A era do radio" de Woody Allen e não encontro.
    Quando encontro são trailer do filme.
    E vou lhe visitar sempre.
    Adoro cinema mas como expectadora.

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